O papel das cooperativas agrícolas para fortalecer a cadeia produtiva de orgânicos

26 de fevereiro de 2024
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Conforme o mercado de produtos orgânicos se desenvolve, impulsionado pela conscientização dos consumidores, surge a necessidade de modelos de organização e produção que voltem sua atenção em especial para a sustentabilidade, ambiental e social. As cooperativas agrícolas emergem como catalisadoras deste movimento.

No entanto, por terem um alto custo de produção, é essencial também buscar canais de comercialização especializados que permitam a sua venda com uma boa margem de lucro. As cooperativas estão aí para isso: facilitar o seu acesso a esses meios.

Na sequência, veja em detalhes o que são as cooperativas agrícolas e como elas podem te ajudar. Aliás, isso e muito mais!

O que é uma cooperativa agro?

O princípio das cooperativas agro, no geral, é o mesmo de qualquer outra cooperativa. São sociedades formadas por produtores que se unem para realizar atividades de interesse comum, visando ao benefício coletivo de seus membros. 

Essas cooperativas vão além da comercialização de produtos, abrangendo desde a formação profissional até a consolidação de práticas sustentáveis. 

Seus princípios fundamentais incluem:

  • adesão voluntária; 
  • gestão democrática;
  • participação econômica;
  • autonomia.

E esse modelo cooperativo naturalmente se alinha aos valores e às práticas do setor orgânico, já que sustentabilidade, responsabilidade social e comércio justo costumam ser pilares tanto das cooperativas quanto dos produtores orgânicos. As decisões relacionadas à distribuição de lucros, entre outros aspectos financeiros, são tomadas com base no princípio da gestão democrática das cooperativas

Quais são as vantagens das cooperativas agrícolas?

Os produtores não raro se deparam com problemas de diferentes ordens que podem dificultar o desenvolvimento do seu negócio como um todo, mas as cooperativas agrícolas estão aí para ajudar. 

Com relação à produção de orgânicos, especificamente, existem desafios importantes, pois temos carências estruturais na cadeia produtiva. Cooperativas podem ajudar a abrir canais de comercialização que não estão disponíveis — o que impede que esses produtos sejam vendidos por um preço justo e viável. Veja só alguns pontos essenciais!

  • Acesso a mercados: cooperativas agrícolas proporcionam mais poder de negociação. No caso dos produtos orgânicos, sua entrada nos mercados convencionais pode ser facilitada, com a criação de canais especializados.
  • Concorrência com produtos convencionais: com as cooperativas, é possível um melhor aproveitamento do preço dos produtos orgânicos, aumentando a lucratividade. Pois, atualmente, em boa parte dos casos, eles são comercializados como commodities, competindo por preço, no mercado convencional. 
  • Redução geral de custos: enquanto isso não acontece, as cooperativas possibilitam a redução geral de custos por meio de práticas colaborativas, como a compra inteligente de insumos em grande quantidade. Isso proporciona condições mais vantajosas, contribuindo para a sustentabilidade financeira dos agricultores.
  • Certificações: os grupos podem compartilhar os gastos associados à obtenção de certificações, tornando-as mais acessíveis.
  • Logística e distribuição: possibilidade de investimento em infraestrutura logística compartilhada, otimizando a distribuição dos produtos e a eficiência na entrega, novamente, com uma estrutura especializada no mercado de orgânicos.
  • Educação do consumidor: as cooperativas podem desempenhar um papel educativo ao promover a conscientização sobre os benefícios dos produtos que comercializam.
  • Inovação: ao compartilhar conhecimento e recursos, seus membros conseguem acompanhar mais de perto a evolução de tendências sustentáveis. As cooperativas agrícolas também costumam oferecer assessoria técnica especializada, impulsionando a adoção de práticas inovadoras. Outra vantagem possível é o acesso facilitado a novas tecnologias e ferramentas.
  • Mitigação de riscos: as cooperativas agrícolas proporcionam uma estrutura que permite a mitigação de riscos, pois a colaboração entre os produtores pode envolver estratégias conjuntas para enfrentar desafios climáticos, mercadológicos, entre outros.
  • Gestão democrática: prática que garante a participação ativa de todos os associados. Esse modelo promove uma tomada de decisão igualitária, garantindo que cada membro tenha voto nas questões relevantes.

Quais são as maiores cooperativas agro do Brasil?

O setor cooperativista só cresce. Para você ter uma ideia, no Forbes Agro100 2023¹, entre as 50 maiores organizações do agronegócio, 12 são cooperativas. A receita que elas geram? Quase 151 bilhões de reais! O levantamento traz também dados interessantes a respeito das principais cooperativas agrícolas do Brasil. Veja abaixo algumas delas, suas áreas de atuação e iniciativas.

  • COAMO: agrega a colheita agrícola proveniente de 31 mil produtores cooperativos. Sua principal cultura entregue é a soja, seguida pelo milho, pelo trigo e pelo café.
  • C. VALE: contando com 26 mil cooperados e uma equipe de 13.700 colaboradores, destaca-se na produção de soja, milho, trigo, mandioca, leite, frango, peixe e suínos. Além disso, concentra esforços na sustentabilidade, adotando práticas ambientais responsáveis e participando de iniciativas de preservação.
  • LAR COOPERATIVA: com 13 mil cooperados e uma força de trabalho de 25.400 colaboradores, a cooperativa congrega produtores de grãos como soja, milho e trigo. Também atua na produção de carne de aves e suínos, ovos e leite. Seu grande destaque está no investimento em formação e capacitação de funcionários e cooperados, por meio de cursos oferecidos pela Lar Escola de Formação.
  • COMIGO: tem 3.300 colaboradores e 10.500 produtores envolvidos na colheita de grãos como soja, milho e sorgo. Proporciona serviços e soluções para seus cooperados nas áreas de produção de grãos, armazenagem, comercialização e industrialização de alimentos.
  • COCAMAR: reúne 3.800 colaboradores e aproximadamente 20 mil cooperados produtores de soja, milho, trigo, café, laranja e pecuária. Segundo a cooperativa, há por parte dela um esforço significativo para incentivar, entre seus cooperados, a adoção de boas práticas e a preservação do meio ambiente.

Se você está buscando inovar na gestão e superar desafios internos, a adoção do modelo cooperativo pode ser uma excelente estratégia para diferenciar seus produtos e aumentar a competitividade no mercado. Isso, como consequência, proporcionará benefícios significativos também aos seus consumidores, afinal, será refletido na qualidade do produto que chega até a mesa de cada uma dessas pessoas.

A adesão a esse modelo passa também pela preservação da tradição agrícola e pelo fortalecimento da sua comunidade. As cooperativas agrícolas não são apenas organizações: elas representam pilares de solidariedade, instrução, sustentabilidade, inclusive a econômica, e inovação, tão vitais para o setor orgânico.

E por falar em educação e inovação, isso inclui usar os ambientes digitais a seu favor. A essência das cooperativas agrícolas pode até estar na terra, mas o desenvolvimento da sua empresa também frutifica nos ambientes digitais. 

Transforme o valor da sua cooperativa agrícola no mundo online. Aprofunde-se no assunto com nosso artigo sobre prospecção na era digital!

¹ Fonte: https://forbes.com.br/forbesagro/2024/01/agro-100/ 

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