
Este texto aborda a experiência do cliente de um modo diferente. No lugar de falar sobre conceitos e teorias, a ideia é contar uma dessas vivências especiais. Não por acaso, faremos isso ao revelar uma história sobre um passeio turístico, que inicia em outro local, logo nos primeiros parágrafos. Experimente!

A passagem pelo Pantanal — a inspiração
O por do sol da foto foi visto de uma voadeira no Rio Mutum. Depois dele, jantamos um caldo de piranha apimentado e dormimos como só se dorme no Pantanal. Acordamos cedo com o barulho de um papagaio que não podia voar, algumas galinhas de angola e um pica-pau desconfiado. Logo após o café, voltamos ao pequeno barco, alimentamos um casal de tuiuiús e seguimos rodeados por jacarés, pacas e, obviamente, piranhas — não as víamos, mas sabíamos que estavam lá.
A cena mais marcante de que lembro foi a de avistar uma faixa estreita de água em meio a igarapés. Naquele instante, respirei fundo e soube que não precisava de mais nada para viver feliz. Não que eu queira explicar essa sensação, pois se trata de um tipo de coisa que se vive.
No entanto, isso não significa que você não possa captar essa sensação de plenitude, e muito menos que ela não possa ser estimulada. É o que parecem fazer os simples e amáveis moradores da Ilha de Marajó, com a ajuda de um ambiente especial e uma natureza exuberante. Para visitá-los, siga com a leitura e permita que eu me esforce na tentativa de descrever o indescritível. Boa viagem!
A experiência do cliente — o conceito
Antes de continuar, preciso de algumas poucas linhas para descrever o conceito de experiência do cliente. Basicamente, desenvolvê-la depende de conhecer os hábitos e comportamentos do público para elaborar processos internos alinhados à jornada que ele faz — desde o primeiro contato com uma marca, até a efetivação de um negócio.
Essa estratégia pretende que o próprio exercício de obter um produto ou serviço seja agradável e satisfatório. Como consequência, a compra ocorre com naturalidade e favorece a continuidade de um bom relacionamento entre a marca e o consumidor. Agora em diante, podemos seguir para Marajó.
A ilha — uma experiência única
Um dos pontos de partida para chegar à ilha é Belém, a capital do Pará. De balsa são três horas ou mais, dependendo da maré, mas ainda é possível chegar de avião ou mesmo de carro, se houver disposição para um trajeto mais longo.
Chegando ao cais da ilha, até a cidade de Soure só mesmo de barco. Na cidadezinha simpática o costume é amanhecer no Mercado Municipal. Entre uma tapioca e um café, é certo ouvir algumas histórias sobre a ilha.
Além disso, também é o lugar dos moradores buscarem diariamente por um peixe fresco para o almoço. Opção não falta. No inverno a água é doce e no verão é salgada, portanto, as espécies de peixes também são diferentes em cada estação do ano.
Os nativos marajoaras — especialistas em experiência
Em uma rápida caminhada, é provável que conheça o Senhor Raimundo, que ganha a vida em cima de uma bicicleta com alto falantes. Mais do que fazer propaganda do comércio, ele revela noticias da cidade e se define como um comunicador.
Quanto a culinária, ela é composta de peixes, caranguejos, camarões, queijos, doces e carne de búfalo. Para experimentá-la, você pode recorrer a Dona Dalva, que comanda o restaurante que leva o nome dela.
No local você será recepcionado na porta por alguém da família segurando um pote com água de ervas, que será despejada em suas mãos com um galho para que as lave, antes de tomar um licor de maracujá e mel de abelha, típico da ilha.
É um ritual de boas vindas que deve ser entendido como um convite para esquecer a pressa. Assim, poderá viver toda a hospitalidade do local e se sentar em uma mesa da varanda, ao lado da usada pelos moradores da casa.
Como opção de refeição, o banquete marajoara reúne os melhores pratos tradicionalmente servidos em festas, como a casquinha de caranguejo, a fritada de camarão e a farofa de castanha do Pará. Mas o prato mais famoso é o Filé Marajoara, com carne de búfalo e queijo de búfala, temperado com pimenta do reino, sal, limão caiana (típico da ilha) e frito na manteiga de búfala.
Dona Dalva não vai deixar você partir sem se sentar com ela e assinar o caderno de recordações, que ela costuma ler antes de dormir para recordar das visitas.
A economia e as atrações — lugar único no planeta
A carne que ela usa faz parte de um dos pilares da economia local: os búfalos. Eles são criados circulando livremente e são utilizados nas fábricas de couro e indispensáveis em tarefas pesadas.
Quase nada se perde do animal, o chifre é usado para berrantes, o leite dá origem ao famoso queijo marajoara e o couro é utilizado em peças artesanais. Elas são feitas ali mesmo em um curtume – um dos pontos turísticos da ilha — onde é possível conhecer todo o processo, puramente artesanal.
A ilha ainda é um lugar rústico, mas aos poucos começa a abrir espaço para o turismo. Cidades como Soure e Salvaterra já contam com uma estrutura de pousadas e hotéis — simples, mas aconchegantes.
O desafio está em crescer com estrutura para receber o turista, mas sem perder o charme dessa experiência única. Marajó é um lugar que parou no tempo e encanta o turista, justamente pelas suas peculiaridades.
Na foz do rio Amazonas — o lugar é banhado tanto pelo Oceano Atlântico quanto pelos rios Amazonas e Tocantins — o turista pode escolher a praia que quiser e conhecer tradições únicas, como a luta marajoara, uma tradição que começou como passatempo dos vaqueiros.
A experiência do cliente levada a sério — um dia como marajoara
Marajó está se abrindo para um turismo diferente, que permite se hospedar em fazendas tradicionais e viver experiências típicas da região. Algumas delas são bem radicais, como enfrentar as ondas da pororoca no lombo de búfalos, mas você também pode passear em cima deles em trajetos mais leves, enquanto ouve as histórias dos guias.
Na ilha há ainda alguns vestígios da colonização iniciada no século XVII pelos padres jesuítas. Ruínas de igrejas feitas de pedras ainda resistem e, infelizmente, sem proteção e sinalização.
Você também pode conhecer como é fabricada a cerâmica marajoara, exatamente como faziam os índios, e o Carimbó, uma dança típica com instrumentos locais que manifesta o poder de sedução da mulher sobre o homem e, por ser muito sensual, era proibida pela igreja católica.
A experiência do cliente — o grande ensinamento da ilha
Pois é justamente esse envolvimento com a realidade local que parece um ótimo exemplo de oferta de experiência do cliente, e não apenas de entrega um produto ou serviço. Essa lógica também é adotada em lugares como o Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do Sul, aonde é possível visitar as vinícolas, conhecer o processo de fabricação, aprender sobre vinhos e, se desejar, até amassar algumas uvas em um tonel.
A arte de produzir sensações no lugar de coisas aproxima marcas e humaniza as relações comerciais. No turismo, isso tudo ocorre de um modo mais natural, mas o desafio desse tipo de serviço parece ser realmente esse: naturalizar a experiência do cliente.
É na soma dos detalhes e na motivação das pessoas envolvidas que ela se realiza, algo que não poderia ser mais bem expressado do que faz Dona Dalva, quando diz se sentar para ler o diário que os clientes deixam para ela.
Espero que tenha gostado do passeio e obrigado pela visita. Para não perder o horário da próxima partida, assine nossa newsletter!
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